CAPÍTULO - 13
VISÃO DO BRASIL
À CHEGADA DE JOAQUIM E OLÍVIA
I
A Força do Imaginário
1. O Brasil, como todo o Novo Mundo, desde sempre despertaram o imaginário da Civilização Europeia e Oriental.
Para muitos, o Brasil, foi algo como o Paraíso Encontrado. Os fatos verificáveis davam margem a imaginação dos povos. Havia, e ainda há, no país, regiões paradisíacas, de belezas sem par.
No século XX, após as duas grandes guerras, na Europa, que dizimaram muitos países, deixando o povo na miséria, com os campos devastados, o Brasil, país continental, foi visto como terra de oportunidades. O Brasil abriu as portas para todos, como uma Mãe.
2. Para muitos portugueses, por muito tempo, foi a Terra onde se refugiavam e reiniciavam a vida, após sofrerem discriminação local. Para cá vieram muitos grandes intelectuais, para evitarem problemas com o Governo de Salazar.
Outros para cá vieram, como opção, para poderem dar melhores condições de vida para a Família.
Foi este o caso de senhor Joaquim.
Todos viam o Brasil como um grande País, aberto, a quem gosta e quer trabalhar.
O Português aqui chegava, já com alguma base, disposto a trabalhar, de sol a sol, para poder prosperar.
Foi assim que essa gente deu uma contribuição fabulosa ao desenvolvimento do Brasil. Com muito trabalho, muita imaginação e muito suor. E Deus a todos ajudou. Ajudou a quem trabalhou e teve saúde para as adversidades superar.
3. Na década de 1950, o Brasil ainda era um país predominantemente rural.
Dos seus 51.950.000 habitantes
------% viviam no mundo rural
-------% viviam no mundo urbano
A fase do automobilismo viria com Juscelino Kubitscheck.
II
Família Peralta em Cubatão
4. Quando a Família Peralta chegou ao Brasil, encontrou um país muito diferente do atual.
Cubatão não passava de uma estrada, como disse, antes, o escritor local Afonso Schmidt.
Entretanto, este autor, já sonhava um grande futuro para sua terra natal. Aqui fez nascer o sonhador “Menino Felipe” e viu o grande progresso que se prenunciava, em outro romance: “Zanzalá”.
Talvez sonhasse, como Stefan Zweig: “Brasil, País do Futuro”.
O Brasil sempre foi um País de sonhos, um país de esperança. É o País da Eterna Primavera.
5. Primeiras Indústrias
Cubatão, na época, era uma cidade de pequeno comércio local.
Possuía Indústrias clássicas, com benefícios aos trabalhadores:
- A Companhia de Anilinas,
- a Fábrica de Papel da Fabril,
- o Curtume.
6. No começo do século XX a Família Cochrane, de Afonso Schmidt, morava nos terrenos onde está hoje situada a Refinaria Presidente Bernardes.
Conta o senhor Godofredo, irmão de Afonso Schmidt, que eles caçavam veados e outras espécies de animais, nas matas da Serra do Mar, que eram confrontantes com suas propriedades.
7. No início da década de 1950, foi construída a Refinaria, na raiz da Serra. Foi inaugurada em 1955, pelo, então, Presidente da República, Café Filho.
Era o grande início da industrialização de São Paulo e do Brasil.
Logo em seguida viriam outras grandes indústrias. Viria a COSIPA – Companhia Siderúrgica de São Paulo.
8. Mudou-se a imagem da cidade. Uma Prefeitura muito rica, chegando a ser o Município com maior arrecadação do Brasil.
Em compensação a poluição virou uma praga, tanto em terra, como nas águas e no ar.
A cidade pagou alto tributo pelo progresso econômico do país.
Os Bananais, que era uma das maiores produções do Município, foram dizimados pela poluição ambiental.
Mais tarde, através de filtros, conseguiram recuperar um pouco o meio ambiente.
III
MARCOS HISTÓRICOS DA CIDADE
9. Havia outros marcos que despertaram a atenção:
9.1 O Cruzeiro Quinhentista, que marca o início da subida da Serra do Mar, pela Estrada da Maioridade, em direção a São Paulo.
Efetivamente, até 1949, por aquele ponto todos passavam, há séculos, quando, de Cubatão, de Santos, ou do exterior, pelo Porto de Santos, queriam subir a Serra para alcançar o Planalto, onde estava São Paulo. Ou dirigindo-se, para o interior do Estado. Também em direção inversa.
9.2 Via Anchieta e Estrada de Ferro
Em 1949 foi inaugurada a Primeira Pista da Via Anchieta, pelo Governador do Estado. Em 1953 foi inaugurada a Segunda Pista. Melhorava o acesso à São Paulo. A Via Anchieta era considerada uma obra prima da Engenharia. Vencia 800 metros de altitude, superando a grande muralha escarpada da Serra do Mar.
Antes disso, em 1867 foi inaugurada a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, passando por Cubatão.
9.3 Os Sítios de Banana, ainda eram presença marcante em Cubatão, na década de 50. A poluição da indústria predatória destruiu os bananais, já na década em que se iniciou.
9.4 A Igreja atual de Nossa Senhora da Lapa, acabada de construir no início da década de 50, é também um marco na cidade.
A primeira Igreja de Nossa Senhora da Lapa foi erigida pela Família de Rui Pinto, donatário da Capitania de Cubatão, na década de 30, do século XVI. Mais tarde, a Igreja foi apoiada pelos Jesuítas, quando fizeram, em Cubatão, uma Fazenda, para abastecer os Colégios da Companhia.
Joaquim colaborou com as obras da construção da nova igreja. Ele fazia parte da Congregação dos Vicentinos da Igreja Matriz. A Igreja anterior foi derrubada para a passagem da Avenida 09 de Abril.
9.5 Rancho dos Tropeiros
O Porto Geral de Cubatão situava-se onde é hoje a Praça Joaquim Montenegro. Aí houve armazéns para armazenar mercadorias que vinham do Planalto para o Porto de Santos, ou Vice-Versa: do Porto de Santos para o Planalto.
Por longos anos, desde o século XVI, as mercadorias desciam ou subiam a Serra em caravanas de burros.
Enquanto esperavam para descarregar e carregar novas mercadorias, os Tropeiros e as Tropas de muares ficavam abrigados em Ranchos de que apresento um modelo desenhado por Saint-Hilaire, viajante francês, no Brasil. Aí descansavam e aí se alimentavam, cozinhando os próprios alimentos.
Aí mesmo os tropeiros se divertiam, para passar o tempo: tocavam, cantavam e contavam causos, etc
Nenhum comentário:
Postar um comentário