quarta-feira, 1 de setembro de 2010

memorial


MEMORIAL DA FAMÍLIA PERALTA
SOLO NATAL - NOSSAS RAÍZES

PRÓLOGO
FORÇA DA GÊNESE FAMILIAR

1. Há muitos anos, os meus filhos me pedem que lhes deixe uma história-crônica de nossa família  e de nossas origens genealógicas e culturais
Na realidade, querem um Memorial da Família. É um direito deles. As pessoas precisam conhecer suas raízes próximas.
Espero atender-lhes a vontade de saber e de conhecer algo sobre os seus antepassados recentes. Que sejam sementes de confraternização, entre gerações.
Quero apresentar-lhes uma história real, sem artificialismos, onde eles  realmente possam se encontrar, identificar e honrar  seus ancestrais, de Portugal, que aprenderam a amar e respeitar, como respeitam e amam o Brasil.
Dou um breve testemunho do que vi, ouvi, vivi e senti.
Há anos venho colhendo ideias para escrever essa história/crônica, que tem em Portugal um de seus Pilares.
Aqui faço apenas  um esboço inicial que, se tiver tempo, documentos e fotos, poderei ampliar.
Logo que possa, farei o Memorial - Álbum, do ramo “José e Inez”.
Como pressinto, sei que estas crônicas poderão provocar rejeição de alguns. Por isso, darei por encerrado esta parte. Outras virão a seu tempo. Quem quiser propor outras abordagens, escreva. Não se cale e nem sussurre sua discordância.

2. A gênese de minha gente, da Família Peralta, está em Vagos – Aveiro e arredores. Está em Portugal.
Aí estão nossas primeiras experiências de vida.
Aí começamos a despertar para a busca do conhecimento.
Aí começamos a aprender a viver, a conviver, sentir a realidade e a sonhar.
Aí aprendemos a amar, a respeitar e a conviver.
Aí aprendemos as palavras chaves da convivência: por favor; com licença;  desculpe; muito obrigado.
Aí começamos a observar os fenômenos da natureza: a chuva de granizo, a água gelada, o imenso mar, e a terra, morada dos humanos, e dos animais irracionais, das plantas, e da passarada.
Aí começamos a descobrir o céu estrelado e as constelações celestes.
Aprendemos a apreciar a natureza e as quatro estações do ano.
Aí aprendemos a ser humanos, cordiais e gentis; a ser altivos, leais.
Aprendemos o sentido e as dimensões da dignidade humana.
Aí aprendemos o prazer do trabalho. Aprendemos a ser amáveis e solidários. Aprendemos o sabor de uma leal amizade.
Aí aprendemos os valores básicos do relacionamento entre as pessoas e com Deus.  Aprendemos a amar e respeitar a vida e todo mundo em redor.
Aprendemos que a realidade da vida é sempre complexa. Que podemos olhar a vida de muitos pontos de vista. Aqui, olho os fatos, do ponto de vista em que me posiciono.

3. Aqui alinhavo alguns elementos dessa complexa crônica.
Falo desses espaços, tal qual os vi, vivi e senti, quando por lá andei, até os meus 18 anos. Até Fevereiro de 1956. Falo do que lá vejo hoje. Falo de elementos  permanentes e de elementos transitórios.
Joaquim e Olívia não descobriram o Brasil, não foram Imperadores, nem ganharam Premio Nobel de nada. Foram muito mais que aqueles: foram heróis  do cotidiano: educaram oito filhos e fizeram muito pelos seus e pelo seu povo brasileiro, de Cubatão  e muito além.
Sei que, de longe, no tempo e no espaço, tendemos a fazer heróis, a gente simples. Vemos a realidade em outras dimensões. Muitas coisas entram em nossa mente, pelos desvãos do sonho. Às vezes vemos melhor de longe do que de perto. O valor está no espírito e na alma  das coisas.
Pois eu vejo e prezo, como  heróis, mais os heróis do cotidiano, do que os heróis oficiais, que também podem ter o seu valor. Não os discuto. A alguns  destes  também prezo muito.
Joaquim e Olívia  foram heróis do cotidiano, 24 horas por dia  e 12 meses por ano.

4. Neste estudo, tento reunir elementos para a articulação da História da Família Peralta. Abordo a gênese da família. Os elementos comuns a todos os oito irmãos, até a diversificação profissional, valorizando todos por igual.
Tento restabelecer a verdade histórica, para que não haja mais oportunidade de uso  indevido de dados  inventados e levados a imprensa. Somos todos responsáveis pelo patrimônio moral familiar do qual ninguém detém o monopólio. Estou apenas tentando fazer a minha parte.
Faço também um breve estudo das gerações  anteriores de nossos pais. Centro o estudo nas famílias Peralta e Jorge, Bechina e Sarabando. Passo depois às Famílias João e Neves. Tudo famílias entrelaçadas. Peralta e Jorge, assim como Bechina e Sarabando, seria um único tronco familiar. Hipótese viável, a retomar. A hipótese  é da prima Maria Alice Sarabando que está pesquisando, para nós, no arquivo do Registro Civil.
No final desta pesquisa acredito que descobriremos, de fato, a gênese da nossa grande Família.

5. A vida de Joaquim, Olívia e dos oito irmãos, até 1968, é uma vida plena de aventuras, numa sociedade simples.
Situa-se na sociedade pré-industrial e na Primeira  fase da virada  da industrialização, na década de 60.
A vida transcorria livre, em campo aberto.
Para entender a evolução  e a aventura da Família Peralta, precisamos situá-la em cada fase de sua história.

6. Sei como a massificação consumista vai derrubando monumentos de cultura, como um feroz  trator, sem respeito pelo passado nem pelo futuro.
Neste texto, tento resistir a essa fatalidade que tenta fazer evaporar identidades e culturas.
Meu olhar sobre o meu país, sobre o meu torrão natal, não é um olhar de um homem que chega e quer americanizar o seu mundo com a estupidez de uma civilização sem alma, desalmada, que só pensa em brilhos  cromáticos. Chego, observo e convivo.
Não. O brilho cromático não me diz nada. Ou diz-me muito pouco.  Procuro olhar a civilização a partir de valores  essenciais, sem me perder em fatuidades.
É a consequência de ter querido ser filósofo, educador, humanista, e até cuidar das finanças.
Penso e procuro encontrar o subconsciente coletivo de meu povo e não as superficialidades ocasionais, propaladas e manipuladas pelos políticos e pelos meios de comunicação, interessados em faturar.
Penso no Portugal real e não no Portugal oficial de certos governos  traiçoeiros, que sempre querem  levar vantagens pessoais.
Portugal não é uma grande economia, mas é um imenso arsenal de história e cultura, um espaço de querer bem. É um país agradável, saudável e acolhedor. Este é um imenso galardão.

7. Depois de muitas protelações, finalmente consegui alinhavar algumas ideias e colocá-las no papel.
O centenário do nosso Pai e de nossa Mãe, nascidos  no Lumião-Vagos, com muita honra, deu motivação para me dedicar a este esforço concentrado.
Jamais me envergonho do meu povo. Antes, dele me honro e tenho motivos suficientes para isto.
Nossa pátria começa dentro da  nossa porta.
Os traidores, os corruptos e os politiqueiros não são o meu povo. São vendidos. Estrangeirados. Agentes Duplos. Estes também existem e proliferam, mas estão do outro lado. A cizânia cresce nos bons trigais.
De tudo vou fazendo um Memorial. Espero estar sendo útil à família e aos amigos.
Como nada n avida acontece por acaso, atrás dos fatos podemos ler que a família veio com uma  missão a desenvolver no Brasil. Mas isto é outra história.

8. Este é o  Portugal, é o Vagos e é o  Aveiro que levo à consideração de meus irmãos filhos e amigos, para que sempre se honrem de suas raízes e não se deixem cegar por trapaceiros. Passemos longe destes e poderemos observar e apreciar muitas coisas de real interesse cultural, que lhe enchem a mente e o coração.
Exponho aqui, realidades memoráveis, que não podem se perder, na avalanche das modernidades triviais e transitórias, de um mundo desconcertado e desconcertante, que alguns querem levantar, sobre os escombros da civilização.
Joaquim e Olívia sabiam, na prática,  que só o amor constrói. Por amor se  conheceram e uniram seus destinos mútuos, por amor trabalharam,  viveram e conviveram intensamente; por amor  superaram muitas adversidades,. Bem sabiam que só o amor  vence ódios, contrariedades e rivalidades. Nunca subestimaram o inimigo, que sempre espreita pelas esquinas, como o semeador de cizânia no trigal...
Apesar das contradições, inerentes à condição humana, “Portugal é um imenso Jardim, à Beira Mar Plantado”.

9. Que cada um cultive também um belo e variado jardim, na alma de sua família, e aí se reúna, de vez em quando, para compartilhar alegrias e preocupações, para renovar a amizade leal e sincera e o amor fraternal.
Viver é compartilhar o bem; é acender, cada dia o fogo do amor, que sempre aquece, em tempo de frio ou de calor.
Irmão, faça de seu coração uma gruta, cercada por amplos jardins,
onde seus familiares e amigos encontrem, sempre, gentil acolhimento,
um caldo quente, uma palavra amiga e um sorriso acolhedor.
Não deixe que murchem  as flores de seu jardim interior. Cuide dele.

10. Neste texto apenas semeio palavras.
Sabemos que palavras são veículos de ideias, emoções e de informações. São convite à reflexão.
Que todas estas palavras sejam boas sementes. Que umas possam  germinar em árvores frondosas, que acolham as aves do céu e dêem sombra às pessoas, e que outras germinem em hortaliças, para dar sabor às nossas refeição.
Todas as Famílias têm muitas histórias belas para contar. Vamos começar a contar nossas histórias, para repassá-las às próximas gerações?
Quando na vida sentirmos que as melhores ideias e os melhores projetos vão sendo dificultados, não desanimemos. Nunca desistamos. Lembremos o que diz o poeta brasileiro, Gonçalves Dias, na Canção do Tamoio.
Canção do Tamoio
(Natalícia)

   A vida
 
  É luta renhida:
 
  Viver é lutar.
 
  A vida é combate,
 
  Que os fracos abate,
 
  Que os fortes, os bravos
 
  Só pode exaltar.

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